A doença do pé relacionada com a diabetes é uma patologia com elevada prevalência a nível mundial, estimando-se que entre 5 e 25% das pessoas com diabetes desenvolvam úlceras nos pés, enfrentando um elevado risco de infeções e amputações.

De forma a combater o impacto desta condição, um estudo nacional, com a participação do RISE-Health, propõe “o desenvolvimento de uma aplicação móvel centrada no apoio ao autocuidado em pessoas com diabetes mellitus tipo 2”.

Atualmente, o diagnóstico e tratamento da doença do pé relacionado com a diabetes é feito através da “vigilância ao pé do doente e análise dos problemas que a pessoa possa apresentar, nomeadamente a neuropatia periférica, doença arterial periférica, infeção e úlcera”, explica Maria Rui de Sousa, investigadora do RISE-Health.

“O desenvolvimento de uma aplicação como a iGest Diabetes, que está integrado no iGestSaúde, iniciativa da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), pretende apoiar o autocuidado das pessoas com diabetes”, realça Maria Rui de Sousa, acrescentando que a adoção da aplicação permitirá “promover habilidades que permitam a prevenção de complicações e, muitas vezes, a deteção precoce”.

No trabalho publicado na revista CIN: Computers, Informatics, Nursing, as autoras referem que o desenvolvimento da aplicação contempla uma ampla secção de conteúdo educativo, destacando “o papel destes conteúdos na formação das pessoas para as práticas de autocuidado dos pés, enfatizando a sua capacidade de melhorar os conhecimentos e promover hábitos saudáveis”.

Na visão de Maria Rui de Sousa, o “controlo glicémico e o controlo dos lípidos e da pressão arterial são aspetos fundamentais para preservar as funções neurológica vascular”, aponta, referindo ainda que o autocuidado por parte dos doentes é, igualmente, um passo importante para a prevenção e tratamento da doença do pé relacionado com a diabetes.

O artigo “Mobile Application Prototype for Foot Self-care Support for Persons With Diabetes: A Human-Centered Design Approach” é assinado por Geysa Lopes, Maria José Lumini Landeiro e Maria Rui de Sousa, as duas últimas investigadoras do RISE-Health. O presente artigo científico está inserido na tese de doutoramento de Geysa Lopes, estudante do Programa Doutoral em Ciências de Enfermagem do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP).