Notícias / Estudo internacional liderado pelo RISE-Health revela benefícios da prática de exercício físico em pacientes com doença inflamatória intestinal
A prática leve a moderada de exercício físico promove, entre outros fatores, uma melhor absorção dos nutrientes.
Um grupo de investigadores internacionais, liderado pelo RISE-Health, identificou um impacto positivo da prática de exercício físico em modelos animais com doença inflamatória intestinal, patologia crónica que induz desequilíbrios imunológicos e autonómicos.
Os pacientes com doença inflamatória intestinal “podem ter um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral”, pode ler-se no artigo.
“A doença inflamatória intestinal pode ser dividida em doença de Crohn e retocolite ulcerativa, dependendo da zona do intestino em que estas sejam diagnosticadas. Atualmente, são diagnosticadas através do histórico clínico, testes laboratoriais, endoscopia e colonoscopia”, explica Moisés Tolentino Silva, investigador do RISE-Health.
Os resultados, divulgados no trabalho científico intitulado “Physical Exercise Alleviates Oxidative Stress and Autonomic Dysregulation in a Rat Model of Inflammatory Bowel Disease”, demonstram que a prática de exercício em intensidade moderada tem um impacto positivo nos doentes com esta patologia, melhorando a retenção de líquidos, o trato simpático e disfunção autonómica.
De acordo com o estudo publicado na revista Antioxidants, a prática de exercício físico tem um impacto positivo em modelos animais com doença inflamatória intestinal. “Toda a prática de exercício, quando bem orientada, é benéfica para diversos tipos de doenças. No caso desta patologia, o exercício é benéfico em intensidades mais leves e moderadas”, explica Moisés Tolentino Silva (RISE-Health/ICBAS).
“A prática intensa de exercício, por sua vez, piora o quadro do doente, uma vez que esta faz com que ocorra uma redistribuição do fluxo sanguíneo intestinal e, consequentemente, deixe o intestino mais suscetível à proliferação bacteriana”, vinca o investigador.
Na visão do especialista do RISE-Health, para melhorar o panorama da doença inflamatória intestinal em Portugal, é necessário garantir a prática de exercício e uma boa alimentação. “Uma boa dieta favorece o bom funcionamento intestinal, uma vez que ajuda na funcionalidade, digestão e na absorção dos nutrientes, um dos principais obstáculos provocados por esta patologia, garantindo uma melhor qualidade de vida aos pacientes”, conclui.
O artigo “Physical Exercise Alleviates Oxidative Stress and Autonomic Dysregulation in a Rat Model of Inflammatory Bowel Disease” foi liderado pelo investigador Moisés Tolentino Bento da Silva, investigador do RISE-Health e professor auxiliar do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP). Paulo Correia-de-Sá (RISE-Health/ICBAS-UP), bem como Brenda Santos, Alda Silva, Juliana Soares, Bruno de Sousa Barbosa, Maisa Campêlo de Sousa, Francisco Moreira, Lucas Estevão de Sousa, Heron Silva Soares, Antônio Freitas, Francisco Leonardo Torres-Leal, Armênio Aguiar dos Santos também assinam este trabalho.
RISE-Health
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