O documento divulgado pela FCT mostra que as três maiores unidades estão sediadas no Porto. Para além do RISE-Health, que conta com 637 investigadores integrados, a lista inclui ainda o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (com 415 investigadores) e o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (com 358).

A nova Unidade de Investigação RISE-Health apresentou a sua candidatura no dia 17 de abril. Este documento refere que “a principal missão do RISE-Health é realizar investigação clínica e translacional interdisciplinar, inovadora e de elevada qualidade, com impacto na comunidade, num vasto leque de áreas clínicas e domínios científicos que vão desde as ciências cardiovasculares às neurociências, passando pelo metabolismo e farmacologia clínica”.

O objetivo da nova Unidade é tornar-se “um exemplo de desenvolvimento sustentável do Sistema Científico Nacional”, “estabelecendo uma referência (inter)nacional, atraindo talentos e aumentando a massa crítica de recursos humanos e materiais, inspirando e promovendo a colaboração científica, orientando a mobilidade dos investigadores e expandindo a experiência colectiva orientada para a obtenção de resultados inovadores”.

7 Linhas Temáticas e 35 Grupos de Investigação

Para o efeito, o RISE-Health será organizado em 7 linhas temáticas (4 linhas verticais e 3 linhas horizontais). As 4 linhas verticais representam domínios específicos da medicina (TL1: Investigação Clínica e Translacional em Ciências Cardiovasculares; TL2: Neurociências; TL3: Metabolismo, Hormonas e Inflamação e TL4: Cuidados Hospitalares e Resultados Clínicos) e as 3 linhas horizontais (TL5: Alvos Terapêuticos e Inovação Biomédica; TL6: Transformação Digital e Ciência de Dados e TL7: Prevenção e Saúde Comunitária) reflectem diferentes metodologias de investigação translacional que abrangem todos os tópicos de investigação médica.

A liderar estas 7 linhas temáticas estarão alguns dos nomes mais proeminentes da ciência em Portugal nas suas respectivas áreas, nomeadamente Adelino Leite Moreira, Elsa Azevedo, Luís Taborda Barata, Cristina Granja, Paulo Correia de Sá, Luís Azevedo e Elisa Keating.

Os 1349 investigadores desta nova Unidade de Investigação (637 integrados e 712 colaboradores) estarão a partir de agora distribuídos pelas diferentes linhas, que se subdividem em 35 grupos de investigação, com o objetivo de promover a investigação clínica e translacional, a saúde digital e inteligência artificial, as biotecnologias e inovação biomédica, a saúde comunitária e a investigação em enfermagem.

Dimensão, âmbito e impacto

A nova Unidade de Investigação RISE-Health destaca-se não só pela sua dimensão e âmbito – disciplinar e geográfico – mas também pelo impacto dos resultados alcançados pelos investigadores que a compõem.

No âmbito da preparação da candidatura, foi possível verificar que o corpo de investigadores que agora integram a nova Unidade esteve na base, nos últimos 6 anos, de cerca de 7.000 publicações indexadas, totalizando mais de 100.000 citações (mais de 60% em revistas Q1 e Q2). No total, foram atribuídos mais de 32 milhões de euros em concursos públicos para financiamento de projectos científicos e registados mais de 1150 estudos clínicos, envolvendo cerca de 30 000 participantes.

Em termos de formação, os investigadores do RISE-Saúde lideraram 17 programas de doutoramento, 32 programas de mestrado e 611 cursos de formação contínua entre 2018 e 2023.

Os investigadores do RISE-Health também se destacaram pelo seu impacto na sociedade durante o período em avaliação. O seu trabalho e opiniões de especialistas foram mencionados em cerca de 10.000 notícias publicadas em meios de comunicação nacionais e internacionais. Nos últimos 6 anos, os investigadores desta nova Unidade registaram ainda 14 spin-offs e 51 patentes ou outros títulos de propriedade intelectual.

Fusão sem precedentes

O RISE-Health é o resultado da fusão do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, da UnIC – Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular, do MedInUP – Centro de Investigação Farmacológica e Inovação em Fármacos e do CICS-UBI – Centro de Investigação em Ciências da Saúde.

Com sede na FMUP, esta nova unidade de investigação terá centros de gestão em 5 unidades orgânicas da U. Porto. Porto (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Faculdades de Farmácia, Medicina Dentária, Ciências e Nutrição), para além de 11 outras, nomeadamente em 5 universidades públicas (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Algarve, Aveiro, Beira Interior e Madeira) e 2 instituições de ensino superior privadas (Universidades Fernando Pessoa e Portucalense), 3 Escolas de Enfermagem (Escola Superior de Enfermagem do Porto, Escola Superior de Saúde de Santa Maria e Escola Superior de Enfermagem do IP Santarém) e a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.

No âmbito do atual processo de avaliação do Programa Plurianual de Financiamento de Unidades de I&D da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a próxima fase envolve uma visita virtual dos avaliadores. O calendário pode ser consultado aqui.